sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

PMs denunciam

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Greve de policiais e bombeiros no Rio
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PMs denunciam que alunos de curso de formação
vão reforçar policiamento no interior

Sem preparo, eles estariam assustados com a possibilidade de patrulhar ruas
Marcelo Bastos, do R7 | 10/02/2012 às 12h54

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Policiais do Cfap (Centro e Formação e Aperfeiçoamento de Praças) da PM informaram na manhã desta sexta-feira (10) que centenas de alunos estão sendo levados para cidades do interior, como Volta Redonda, Campos e Itaperuna para reforçar o policiamento prejudicado por causa da greve.
Segundo os PMs, os alunos estão assustados porque ainda não estão formados e não se consideram aptos para fazer o policiamento nas ruas da cidade. Alguns ônibus com os alunos já teriam ido para Volta Redonda, no Sul Fluminense. Ao todo, seriam dois pelotões com 140 alunos, entre eles 60 mulheres, e outros ônibus iriam ainda nesta sexta para Campos e Itaperuna.
Os alunos do Cfap estariam viajando sob escolta de homens do Batalhão de Choque, que também vão reforçar o policiamento nestas cidades. Dezenas de viaturas da PM também estavam de prontidão no Cfap, em Sulacap, nesta manhã e, segundo policiais da unidade, seguiriam para as mesmas cidades.
Instrutores do Cfap se disseram chocados com o envio de alunos armados para patrulhar cidades do interior. A demora no envio acontece porque não há armas suficientes para todos. Nas viaturas, PMs já formados acompanham os alunos. Para as cidades de Campos, Itaperuna, entre outras, pelo menos quatro pelotões com 280 alunos deverão ser enviados.
A maior parte dos alunos tem sete meses de curso. A última turma se formou com nove meses de aulas. A PM foi procurada para comentar a denúncia, mas não havia enviado resposta até às 13h.
Ainda nesta sexta, o major Hélio Oliveira, da associação dos oficiais inativos, e o cabo João Carlos Gurgel, ambos líderes do movimento grevista, foram presos após se apresentarem no Quartel General no inicio da tarde desta sexta-feira (10).

Representantes da greve dizem que 200 PMs foram presos em Barra do Piraí

Os advogados do cabo Gurgel já foram acionados, mas nenhuma medida foi tomada até as 12h45. Não havia informações sobre a defesa do major Hélio.

Os dois participaram de uma entrevista coletiva no inicio desta tarde, na Coligação dos Polícias Civis,  no centro da capital fluminense, onde reconheceram avanços nas negociações com o Estado, mas disseram que a proposta ainda não é suficiente.

O grupo disse que não quer acabar com o Carnaval do Rio e ressaltou que ainda faltam oito dias para a festa, tempo suficiente para que as renegociações.
Apesar da greve dos bombeiros e das polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro, o Corpo de Bombeiros informou, nesta sexta-feira (10), que todas as unidades da corporação em todo o Estado estão funcionando normalmente. 

Segundo nota divulgada pelo Corpo de Bombeiros, as saídas para atendimento de casos de emergências estão regulares, bem como as presenças nos quartéis. Ainda de acordo com a instituição, para reforçar a garantia na prestação dos serviços, a prontidão permanece por tempo indeterminado.

Bombeiros grevistas afirmam que só atenderão a população em casos graves

Após decretar greve na noite de quinta-feira (9), a comissão de liderança do Corpo de Bombeiros nas negociações com o governo do Estado afirmou que todos os serviços essenciais para a população iriam continuar em atividade. Segundo o cabo Laércio Soares, do 2º Gmar (Grupamento Marítimo), os serviços que envolvem ajuda para a população em situações de risco de morte não seriam paralisados.

A reportagem do R7 percorreu alguns quartéis nesta manhã e o funcionamento estava normal nas unidades.

Justiça Militar expede 11 mandados de prisão, diz PM

O relações públicas da Polícia Militar, coronel Frederico Caldas, disse nesta sexta que a Justiça Militar expediu 11 mandados de prisão para todas as lideranças do movimento grevista do Rio. Segundo ele, os policiais que cruzarem os braços serão responsabilizados e submetidos a conselhos disciplinares.

Ainda de acordo com o coronel Caldas, o número de faltas nas unidades nesta sexta é desprezível.

Ele informou que houve resistência no Batalhão de Volta Redonda (28º BPM), no sul fluminense, e muitos policiais não foram trabalhar nesta manhã. O BPChoque (Batalhão de Choque) foi para o município para reforçar o efetivo da unidade. Segundo o coronel Caldas, PMs do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais) foram deslocados para Campos para dar apoio ao 8º BPM.
Batalhões também aderem à greve

Os batalhões de Botafogo (2º BPM), São Cristóvão (4º BPM), Olaria (16º BPM), Maré (22º BPM), Leblon (23º BPM) e Recreio dos Bandeirantes (31º BPM) estavam totalmente parados no início desta manhã, segundo policiais militares, devido à paralisação. Os agentes estavam dentro dos batalhões aquartelados por volta das 7h30 e informavam que não iam para as ruas.

Um policial do 31º BPM informou ao R7 que todo o efetivo do batalhão, cerca de 400 PMs, estava dentro do quartel nesta manhã e o comandante obrigava, sem sucesso, a tropa a ir para as ruas.

Apesar de uma parte da corporação aderir à paralisação, a Polícia Militar não reconhece a greve. Segundo o coronel Frederico Caldas, todos os serviços da corporação estão mantidos, inclusive o das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora). De acordo com Caldas, foi montado um gabinete de gestão no Estado Maior no início da madrugada para tratar da segurança no Rio.
Início da greve
Bombeiros, policiais militares e policiais civis do Rio decretaram greve por volta das 23h20 da última quinta-feira. No horário, mais de 2.000 manifestantes se concentravam na Cinelândia, centro da capital fluminense. O anúncio de paralisação aconteceu no dia em que a Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) aprovou reajuste de 38,81% até 2013 para as categorias - percentual considerado insatisfatório. Sem votação, um líder do movimento fez o comunicado no microfone, durante a manifestação na Cinelândia.
- A partir deste momento, policiais civis, policiais militares e bombeiros estão oficialmente em greve.
Bombeiros, PMs e policiais civis disseram que continuarão atuando em casos emergenciais. Cerca de 30% do efetivo da Polícia Civil permanecerá em atividade. As investigações devem ser congeladas, mas ocorrências consideradas graves serão atendidas.
O coronel Caldas disse ainda que até a manhã desta sexta, não houve necessidade de pedir reforço das Forças Armadas e que o apoio só será pedido em situação de emergência.
 

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