sexta-feira, 11 de maio de 2012

OS JORNAIS

  • O DIA

Polícia vai investigar sequestro de bombeiros

Agentes contaram que faziam ação contra dengue quando foram rendidos por bando armado e revistados na favela. Delegado diz que há ‘discrepância em versões’

POR  Flavio Araújo
Maria Inez Magalhaes
Rio -  Três militares do Corpo de Bombeiros ficaram quase meia hora ontem em poder de traficantes da Favela Mandela, no Complexo de Manguinhos. O sequestro mobilizou o Batalhão de Operações Especiais (Bope) e agentes do 22º BPM (Maré), que passaram cerca de três horas vasculhando a comunidade carente. Houve confronto, mas ninguém ficou ferido. Quando a PM chegou à favela, as vítimas já tinham sido libertadas. Na operação, um fuzil e munição foram apreendidos e um homem foi preso.
Os três bombeiros estiveram na 21ª DP (Bonsucesso) à tarde, acompanhados de agente da Corregedoria | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Os três bombeiros estiveram na 21ª DP (Bonsucesso) à tarde, acompanhados de agente da Corregedoria | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
O delegado da 22ª DP (Bonsucesso), Sérgio Luiz Freire, que ouviu os militares à tarde, quando foram levados para depor pela Corregedoria do Corpo de Bombeiros, disse que há muitos pontos a esclarecer no caso. “Há discrepâncias nas versões. Eles garantem que não foram agredidos, mas testemunhas dizem o contrário. Saíram da favela e foram para casa, sem comunicar à delegacia, nem aos seus superiores. Pedi exame de corpo de delito e vamos esclarecer as dúvidas”, afirmou o delegado. Os bombeiros poderão ser chamados para novos depoimentos.
O suboficial Luciano de Paula de Andrade e os sargentos Aloísio da Silva Costa e Antônio César Rodrigues estariam na região fazendo trabalho de prevenção à dengue. Eles foram abordados quando passavam fardados num carro particular pela Avenida Leopoldo Bulhões, em Benfica, por volta das 9h. O local é conhecido como ‘Faixa de Gaza’, em virtude dos seguidos casos de violência.
Segundo os bombeiros, cinco criminosos saíram da favela, com fuzis e pistolas, fecharam a pista, retiraram os militares do carro — num deles deram tapas — e os levaram a pé para um dos becos da comunidade. Foram revistados, questionados sobre o que faziam e se realmente eram bombeiros. Após convencer os traficantes de que eram militares bombeiros, foram libertados.
Movimentação perto da Favela Mandela, após sequestro dos bombeiros | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Movimentação perto da Favela Mandela, após sequestro dos bombeiros | Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia
Eles pegaram o carro e fugiram. O ataque deixou em pânico motoristas que passavam: “Eu e os outros motoristas paramos. Vi quando os bombeiros foram tirados do carro, um deles apanhou. Os bandidos gritavam ‘sai, sai, se não vou te quebrar (matar). Nunca mais passo por lá”, disse testemunha.
Motorista vai evitar passar na via de novo
Outra testemunha, de 37 anos, conta que a ‘Faixa de Gaza’ é muito perigosa. “Passo todo dia por lá, mas agora vou mudar de rota. Graças a Deus foram libertados. Foi Deus que me mandou para ajudá-los”.
Os militares foram pegos após um olheiro do tráfico, que fica na passarela da avenida, avistar o veículo e desconfiar. Pelo radiotransmissor, ele avisou ao bando dentro da favela. “Isso é uma prática comum dos criminosos: comunicação por radiotransmissor. Vasculhamos toda a comunidade”, explicou o comandante do 22º BPM, coronel Rogério Martins.
Ajuda de custo
Segundo agentes da Corregedoria do Corpo de Bombeiros, é comum os militares que fazem trabalhos de prevenção à dengue utilizarem carros particulares. Para isso eles receberiam uma quantia de ajuda de custo para o combustível.
A equipe que foi abordada atua em trechos de Manguinhos e Jacaré. Os mesmos agentes informaram que, no Jacarezinho, o trabalho é realizado por dois bombeiros que moram na favela, já que outros militares correriam ‘risco ao entrar lá’.


o globo



Delegado vai investigar sequestro de bombeiros por traficantes

Ele quer saber o motivo de os militares não terem comunicado o caso imediatamente à polícia

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RIO - O delegado Sérgio Luiz Freire, da 21ª DP (Bonsucesso), disse que vai investigar o sequestro de três bombeiros por traficantes na manhã da quinta-feira, em Manguinhos. Freire quer saber por que os militares foram libertados e não comunicaram o caso imediatamente a seus superiores ou à polícia. Ele também afirma que os relatos feitos pelos bombeiros foram contraditórios:
— Os depoimentos dos bombeiros não foram convincentes. Também não entendemos por que eles preferiram não avisar logo a polícia.
Os militares prestaram depoimento na 21ªDP na tarde da quinta-feira. O relato deles contrariou a primeira versão do caso, apresentada pela polícia com base em depoimentos de testemunhas. Segundo essa versão, por volta das 9h30m, um grupo de cinco bandidos armados com fuzis e pistolas bloqueou a pista da Leopoldo Bulhões e abordou os bombeiros, que estavam num Gol cinza. Ao verem os ocupantes do carro fardados, os bandidos ordenaram que descessem. Um dos bombeiros, que estava sentado no banco do carona, foi agredido, de acordo com uma testemunha. Os militares foram, em seguida, arrastados para dentro da Favela Mandela.
No entanto, segundo o delegado, os dois sargentos e o suboficial negaram ter sido agredidos. Eles contaram à polícia que foram abordados pelos bandidos, mas não mencionaram uma falsa blitz. Afirmaram que os criminosos estavam à procura de armas e que, após serem libertados, foram para suas casas no mesmo carro em que estavam.
Cerca de 90 policiais do 22º BPM (Maré) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), com o apoio de um helicóptero e um veículo blindado, fparticiparam da ação para salvar os três bombeiros. No entanto, os sargentos Aluísio da Silva Costa e Antonio César Rodrigues, além do suboficial Luciano de Paula de Andrade, que trabalhavam numa ação de combate à dengue na Favela Mandela, foram libertados pelos criminosos antes mesmo que o cerco da PM fosse montado. Durante a ação, a polícia aprendeu um fuzil calibre 7,62, 60 projéteis e 170 gramas de crack na Rua Carlos Chagas. Em outro local da favela, um homem foi detido e uma moto apreendida
Em nota, o Corpo de Bombeiros diz que os dois sargentos e o suboficial faziam trabalho de prevenção da dengue no local. Informou ainda que “as circunstâncias da abordagem serão apuradas internamente”.

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/delegado-vai-investigar-sequestro-de-bombeiros-por-traficantes-4868205#ixzz1uZNSZmI3
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Delegado vai investigar sequestro de bombeiros por traficantes

Os bombeiros que foram sequestrados por traficantes em Manguinhos, na Zona Norte do Rio
Os bombeiros que foram sequestrados por traficantes em Manguinhos, na Zona Norte do Rio Foto: Pablo Jacob / O Globo
Ana Cláudia Costa Luiz Gustavo Schmit - O Globo
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RIO - O delegado Sérgio Luiz Freire, da 21ª DP (Bonsucesso), disse que vai investigar o sequestro de três bombeiros por traficantes na manhã da quinta-feira, em Manguinhos. Freire quer saber por que os militares foram libertados e não comunicaram o caso imediatamente a seus superiores ou à polícia. Ele também afirma que os relatos feitos pelos bombeiros foram contraditórios:
— Os depoimentos dos bombeiros não foram convincentes. Também não entendemos por que eles preferiram não avisar logo a polícia.
Os militares prestaram depoimento na 21ªDP na tarde da quinta-feira. O relato deles contrariou a primeira versão do caso, apresentada pela polícia com base em depoimentos de testemunhas. Segundo essa versão, por volta das 9h30m, um grupo de cinco bandidos armados com fuzis e pistolas bloqueou a pista da Leopoldo Bulhões e abordou os bombeiros, que estavam num Gol cinza. Ao verem os ocupantes do carro fardados, os bandidos ordenaram que descessem. Um dos bombeiros, que estava sentado no banco do carona, foi agredido, de acordo com uma testemunha. Os militares foram, em seguida, arrastados para dentro da Favela Mandela.
No entanto, segundo o delegado, os dois sargentos e o suboficial negaram ter sido agredidos. Eles contaram à polícia que foram abordados pelos bandidos, mas não mencionaram uma falsa blitz. Afirmaram que os criminosos estavam à procura de armas e que, após serem libertados, foram para suas casas no mesmo carro em que estavam.
Cerca de 90 policiais do 22º BPM (Maré) e do Batalhão de Operações Especiais (Bope), com o apoio de um helicóptero e um veículo blindado, fparticiparam da ação para salvar os três bombeiros. No entanto, os sargentos Aluísio da Silva Costa e Antonio César Rodrigues, além do suboficial Luciano de Paula de Andrade, que trabalhavam numa ação de combate à dengue na Favela Mandela, foram libertados pelos criminosos antes mesmo que o cerco da PM fosse montado. Durante a ação, a polícia aprendeu um fuzil calibre 7,62, 60 projéteis e 170 gramas de crack na Rua Carlos Chagas. Em outro local da favela, um homem foi detido e uma moto apreendida
Em nota, o Corpo de Bombeiros diz que os dois sargentos e o suboficial faziam trabalho de prevenção da dengue no local. Informou ainda que “as circunstâncias da abordagem serão apuradas internamente”.

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