Os
desdobramentos da Operação Monte Carlo, que desmontou a quadrilha do
contraventor Carlinhos Cachoeira, acertaram em cheio a Delta, uma das
principais empreiteiras do país. Líder em projetos contratados pelo PAC, a empreiteira recebeu R$ 2,9 bilhões da União, ( aproximadamente 1 bilhão do prefeito Eduardo Paes) e R$ 1,4 bilhão do governo do estado do Rio de Janeiro desde 2007. De
acordo com as gravações da Polícia Federal, Cachoeira teria
envolvimento direto com a Delta, agindo como lobista da empresa junto a
agentes públicos.
A
bomba pegou muita gente de surpresa, mas não quem acompanha o cenário
político fluminense. Desde o ano passado, parlamentares de oposição na
Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) tentam emplacar uma investigação
da empreiteira, mas sempre acabaram vencidos pela ampla maioria da
bancada governista. Coincidentemente, Sérgio Cabral é amigo próximo do
dono da Delta, Fernando Cavendish, e foi justamente durante o seu
mandato que a empresa disparou como uma das principais parceiras do
governo estadual.
“A
Alerj não blindou apenas os pedidos de investigação da Delta. Ela
blinda o Cabral e seu governo de qualquer investigação parlamentar, o
que fere um dos principais deveres do Poder Legislativo”, critica o
deputado estadual Paulo Ramos (PDT). Responsável pelo pedido
de investigação da Delta em 2011, ele desqualificou as medidas do
governador contra a Delta. “Quando ele foi flagrado junto com o
Cavendish, em Trancoso (BA), criou uma comissão de ética formada por
seus aliados. Agora que a Delta foi flagrada nesse escândalo com o
Cachoeira, novamente colocou pessoas ligadas a ele para investigar os contratos. Não há isenção alguma”.
“Essas
revelações não nos surpreendem nem um pouco. Toesa, Facility, Delta.
Todas estas grandes empresas parceiras do governo do estado e envolvidas
em escândalos de corrupção já foram denunciadas na Alerj, mas nada
segue adiante”, explica a deputada Janira Rocha (Psol). “E
é importante entender com que tipo de empresas estamos lidando. Não são
empresas interessadas em corromper um deputado ou um vereador, eles vão
diretamente nas pessoas que batem o martelo, integrantes do Poder
Executivo. E são sempre as mesmas empresas, integrantes de grandes
consórcios, como no caso da Transcarioca, do Comperj, o Maracanã”.
“A
própria CPI das Milícias, proposta pelo Marcelo Freixo (Psol), foi
ignorada durante muito tempo. Ela só foi tocada quando uma série de
eventos colocaram as milícias em evidência e não havia mais como segurar
a investigação”, recorda Janira. Para ela, uma investigação profunda nos contratos do governo do estado com empreiteiras seria revelador. “O Cachoeira é pinto perto do que acontece aqui”.
A matéria completa http://www.jb.com.br/rio/noticias/2012/04/27/com-blindagem-da-alerj-sergio-cabral-evitou-investigacao-da-delta-no-rio/
O JEITO CABRAL DE GOVERNAR...MORALIZAÇÃO JÁ!!
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