domingo, 29 de abril de 2012

ASSEMBLÉIA



Os desdobramentos da Operação Monte Carlo, que desmontou a quadrilha do contraventor Carlinhos Cachoeira, acertaram em cheio a Delta, uma das principais empreiteiras do país. Líder em projetos contratados pelo PAC, a empreiteira recebeu R$ 2,9 bilhões da União, ( aproximadamente 1 bilhão do prefeito Eduardo Paes) e R$ 1,4 bilhão do governo do estado do Rio de Janeiro desde 2007. De acordo com as gravações da Polícia Federal, Cachoeira teria envolvimento direto com a Delta, agindo como lobista da empresa junto a agentes públicos.
A bomba pegou muita gente de surpresa, mas não quem acompanha o cenário político fluminense. Desde o ano passado, parlamentares de oposição na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) tentam emplacar uma investigação da empreiteira, mas sempre acabaram vencidos pela ampla maioria da bancada governista. Coincidentemente, Sérgio Cabral é amigo próximo do dono da Delta, Fernando Cavendish, e foi justamente durante o seu mandato que a empresa disparou como uma das principais parceiras do governo estadual.
“A Alerj não blindou apenas os pedidos de investigação da Delta. Ela blinda o Cabral e seu governo de qualquer investigação parlamentar, o que fere um dos principais deveres do Poder Legislativo”, critica o deputado estadual Paulo Ramos (PDT). Responsável pelo pedido de investigação da Delta em 2011, ele desqualificou as medidas do governador contra a Delta. “Quando ele foi flagrado junto com o Cavendish, em Trancoso (BA), criou uma comissão de ética formada por seus aliados. Agora que a Delta foi flagrada nesse escândalo com o Cachoeira, novamente colocou pessoas ligadas a ele para investigar os contratos. Não há isenção alguma”.

“Essas revelações não nos surpreendem nem um pouco. Toesa, Facility, Delta. Todas estas grandes empresas parceiras do governo do estado e envolvidas em escândalos de corrupção já foram denunciadas na Alerj, mas nada segue adiante”, explica a deputada Janira Rocha (Psol). “E é importante entender com que tipo de empresas estamos lidando. Não são empresas interessadas em corromper um deputado ou um vereador, eles vão diretamente nas pessoas que batem o martelo, integrantes do Poder Executivo. E são sempre as mesmas empresas, integrantes de grandes consórcios, como no caso da Transcarioca, do Comperj, o Maracanã”.
“A própria CPI das Milícias, proposta pelo Marcelo Freixo (Psol), foi ignorada durante muito tempo. Ela só foi tocada quando uma série de eventos colocaram as milícias em evidência e não havia mais como segurar a investigação”, recorda Janira. Para ela, uma investigação profunda nos contratos do governo do estado com empreiteiras seria revelador. O Cachoeira é pinto perto do que acontece aqui”.
O JEITO CABRAL DE GOVERNAR...MORALIZAÇÃO JÁ!!

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